terça-feira, 14 de agosto de 2012

São Chico

  

 (duas capas do romance)

Sobre o “Romance do Nordeste Brasileiro – São Chico”
(por José Aluízio Viana - Secretário de Cultura de Matozinhos/MG)

Em julho de 2007, fui presenteado por dona Mara Vasconcelos com o volume do “Romance do Nordeste Brasileiro – São Chico”, de autoria de seu pai, Dr. Agripa Vasconcelos, de quem sou leitor e admirador antigo, e que passo a registrar algumas impressões.
Agripa constrói lentamente a história de uma paixão proibida, que vai surgindo aos poucos e criando uma tensão entre as personagens, formulando uma trama que se revela brilhante ao final do romance, pois que prenunciando uma tragédia shakespereana, é solucionada de forma simples e objetiva, dentro de um contexto e lógica cultural totalmente “nordestinos”.
Como em toda sua obra, Agripa demonstra sua capacidade de recolher histórias localizadas no tempo e lugar e inserí-las de modo natural no desenrolar do romance, apresentando as curiosidades e culturas da região em vários tempos; a análise sutil da psicologia das personagens, cada uma em sua posição na escala social, revelam no autor mais uma vez o arguto observador da alma humana. Outro dado digno de nota é a precisão literária e a sensibilidade poética com que Agripa titula os capítulos do romance.
Neste romance, Agripa faz uma síntese histórica da evolução do nordeste brasileiro mostrando a lenta decadência dos engenhos, engolidos lentamente pela modernidade das usinas de açúcar, a paulatina introdução das ideias de luta de classes trazidas pelos sindicatos trabalhistas, o surgimento das Ligas Camponesas e a consequente agitação social e política da época e a situação de abandono social em que o nordeste é deixado pelas autoridades políticas. Como em outros romances, o autor utiliza o narrador para demonstrar, com uma visão crítica, sua amargura em relação aos homens, à política, aos caminhos do país; e revela sua admiração e esperança no grande país que é o Brasil.



2 comentários:

Vera Lúcia do Recife disse...

Prezada Equipe,

Mas que crítica mais animadora. Vou ver se leio mais este romance de Agripa para meu deleite.

Grande abraço,

Kadu Mauad disse...

Por favor, gostaria de saber o ano de publicação da primeira edição do São Chico, Romance do Nordeste Brasileiro.

cordialmente
Kadu Mauad