quinta-feira, 26 de maio de 2016

Galho Seco





GALHO SECO 
                                          Agripa Vasconcelos

Na árvore nova do pontal da serra
Um galho, em febre estranha
Amanheceu em flor. Resplandecia,
Rubro e febril como um pendão de guerra!
O ramo em flor, jovem, sorria:
Florada nova na montanha!

Tempos depois aos ventos desabridos,
Aos ventos dissolutos,
A rama, alto, mostrou gloriosamente
A amargura de uns frutos doloridos.
Ah, seiva, flor, pólen, semente...
Sustinha o galho os pobres frutos.

Hoje quem vê de longe a árvore nobre,
Resto da tempestade,
Não mais enxerga a rama alta florida,
Nem o galho dos frutos, hoje pobre.
Mas vê a rama dolorida
O galho seco da saudade.


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