terça-feira, 11 de março de 2014

Carta para a Província


 
CARTA PARA A PROVÍNCIA 
                                    Agripa Vasconcelos

Depois que você foi, nem sei mesmo porque,
Ao deparar na rua alguém com o seu feitio
Sinto na minha vida um enorme vazio
E estremeço assustado, ao lembrar de Você...

Qualquer cousa de estranho e mórbido se lê
Nos meus modos de ser, no meu silêncio frio,
Pois meus amigos veem: Você ficou sombrio...
E eu não lhes digo nada... Afinal, para que!

Cruzo os braços. Caminho, errante, na ilusão
De encontrar o meu sonho... Oh dor, porque me feres?
Tenho medo do povo e busco a multidão...

Pelo bairro ando, à toa e entro em casa, a fumar.
Encontro sem querer com todas as mulheres
Menos com essa mulher que eu quisera encontrar.