Em homenagem a esta data tão significativa postamos esta poesia do escritor Agripa Vasconcelos:
SEDE NA CRUZ
Agripa Vasconcelos
Quando
um dia caíres em desgraça
Ou
tombares de joelhos sobre o chão,
Não
esperes dos homens qualquer graça,
Nem
mesmo o amparo do teu próprio irmão.
Para
os que fostes bom – serás ameaça,
Mulher
alguma há – de estender-te a mão.
Todos
os que beberam de tua taça,
Vendo-te
em dor, te desconhecerão.
Quando
as carnes a Dor te atenazar,
Teu
amigo mais íntimo e exemplar,
Que
um dia da confiança te fez jus,
Será
que vai partir os teus arneses
E,
como Pedro, te negar três vezes,
E com
três cravos te pregar na Cruz.