terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Velas Brancas

 
 
 
VELAS BRANCAS do Escritor Agripa Vasconcelos

Pela maré-vazante os barcos pescadores
Partiam para o largo, entre escolhos traidores,...
Sob o arquejo do vento e o pulso dos plebeus.
Eu, menino, a sonhar, seguia-lhes as rotas,
Entre o mar verde-cré e o voo das gaivotas.
_ Velas brancas, adeus!

Cedo, de encontro à Vista e em busca do ouro, bravo
O príncipe de outrora hoje regressa escravo.
Os heróis de meu Sonho hoje o que são? Pigmeus.
Lutador sem receio em frente do Destino,
Eu que sonhei ser grande - acabei pequenino...
_ Velas brancas, adeus!

Muda, aos poucos baixando as pálpebras, Maria,
De olhos postos nos meus, mas sem me ver, morria...
Que irônicos, brutais, têm sido os signos meus!
Ah, meus sonhos de amor no Ideal ensolarados,
Que é desses sonhos vãos, perdidos... dissipados?
_ Velas brancas, adeus!