CREPÚSCULO
Agripa Vasconcelos
Como
quem cheira um frasco hoje vazio
Do
mais caro perfume, eu, com tristeza
Ainda
revejo no teu corpo esguio
Uns
restos de ternura e de beleza.
Começa
o ocaso a abrasear no estio
Com
que te vi na adolescência acesa,
Quando
tua presença um calafrio
Punha
em minha alma de desejos presa.
Tombam
jasmins nos teus cabelos... nasce
Um
áureo luar de mágoa em tua face.
Ainda
és bela, entre os ímpetos e a prece,
Como
é belo no cimo de alto morro,
Depois
do sol já posto, e suave jôrro
Da
luz fria, ante a noite que já desce.
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