domingo, 16 de fevereiro de 2014

Galho Seco


GALHO SECO


Na árvore nova do pontal da serra
            Um galho, em febre estranha
Amanheceu em flor. Resplandecia,
Rubro e febril como um pendão de guerra!
            O ramo em flor, jovem, sorria:
            Florada nova na montanha!

 Tempos depois aos ventos desabridos,
            Aos ventos dissolutos,
A rama, alto, mostrou gloriosamente
A amargura de uns frutos doloridos.
            Ah, seiva, flor, pólen, semente...
            Sustinha o galho os pobres frutos.

 Hoje quem vê de longe a árvore nobre,
            Resto da tempestade,
Não mais enxerga a rama alta florida,
Nem o galho dos frutos, hoje pobre.
            Mas vê a rama dolorida
            O galho seco da saudade.



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