domingo, 3 de junho de 2012

Alguns haikais de Agripa

      
        Segundo Afrânio Peixoto “são gêneros novos trazidos ao Ocidente, esses haikais. Gotas de essência, a diluir em poemas. Tudo reduzido a três versinhos que dão uma impressão, um conceito, um drama, um poema.”

QUEIXA
Vida! A mim que tanto te amo,
Tuas mãos não me acarinham...
E meus pés sangram na estrada.

TERNURA
Morrer, sim. Mas com um sorriso,
Sentindo nos meus cabelos
A ternura de tuas mãos.

SAMARITANA
Samaritana, só agora,
Depois da água que me deste
Vi que a sêde era mais suave.

SAUDADE
Eu, se contasse os minutos
Pela saudade, um só dia
Teria quase mil anos !

Um comentário:

Vera Lúcia do Recife disse...

Prezada equipe do blog,

Cada vez que leio os escritos de Agripa, me emociono!
Grande abraço.